Apesar das diferentes estratégias, com um time exercendo pressão sobre o adversário e o outro se mantendo em seu campo pronto para ferir a meta rival quando a oportunidade aparecesse, o jogo foi bastante parelho e o resultado favorável para o Athletico Paranaense é uma mostra da força que o mando de campo exerce sobre o outro lado.
O jogo
A única mudança em relação ao segundo jogo da semifinal da Copa do Brasil ocorreu pelo lado rubro-negro, com Léo Pereira retornando à titularidade na vaga de Lucas Halter, pelo lado esquerdo do miolo de zaga. No mais, ambos os times jogaram de forma espelhada no 4-1-4-1 conforme demonstrado pela imagem do SofaScore, com uma “pequena” diferença, a forma de se portar em campo.

O Athletico como sempre apresentou muita intensidade com e sem a bola, com os alas bem abertos gerando amplitude e permitindo que Nikão e Rony jogassem mais por dentro, ajudando na criação das jogadas tentando o último passe e possíveis infiltrações.
Apesar disso, quem teve a primeira boa chance do jogo foi o Inter aos 12′. Após ótimo lançamento do camisa 10 colorado para Nico López infiltrar nas costas do jovem lateral-direito atleticano, o uruguaio dominou já dentro da área e no segundo toque na bola rematou ao lado da meta do Furacão.
Aos 13′ o Athletico tentou com Rony, após Léo Cittadini soltar o passe para Marco Rúben, Rodrigo Moledo afastou a bola que acabou sobrando na entrada da área para o camisa 7 atleticano rematar com força e assustar o arqueiro do Internacional.
Em alguns momentos o time de Odair Hellmann tentou pressionar a saída atleticana subindo as linhas de marcação e tendo, como de costume, uma força física em seus meio-campistas que permitem ao Inter agir de forma intensa na hora da marcação-pressão. Entretanto, o que parece sobrar sem a bola, faz falta com a pelota nos pés. Com a bola, o time gaúcho se mostra lento e pouco intenso. Muito disso faz parte do estilo de jogo adotado, marcando na intermediária, o time precisa de gás para recuperar e sair em contra-ataque, algo que não vem acontecendo nesses momentos.
Após uma cobrança de lateral aos 21′, o Inter teve outra boa chance com uma tabela entre Edenilson e Nico López na entrada da área, onde o ponta esquerda se infiltrou e mandou a bola nos braços de Santos.

A partida estava apoiada por dois pilares: enquanto o Furacão buscava manter a posse da bola, trabalhar as jogadas e massacrar o rival, o time Colorado se mantinha firme como uma parede que parecia impossível de ser ultrapassada, saía apenas através dos contra-ataques e buscava objetividade com a bola nos pés. Aos 23′ e 31′, Léo Cittadini que teve um papel de meia-atacante na partida, ocupando espaços próximos a Marco Rúben e gerando número e profundidade ao ataque de seu time, chegou através de um remate na entrada da área e posteriormente, por um inabalável Rodrigo Moledo que o camisa 18 não abria o placar a favor do Athletico.
2T
Após não ter a defesa vazada nos primeiros 45 minutos de jogo, o Inter voltou pressionando em busca de melhor sorte. Patrick aos 5′ e Edenilson aos 9′ passaram perto de abrirem o marcador. E ficou no perto.
Devido as tentativas frustradas de furar o bloqueio adversário no primeiro tempo, Léo Cittadini foi sacado para a entrada de Thonny Anderson (21), que, no primeiro toque na bola achou Nikão pelo lado esquerdo com o corredor aberto para dar início a jogada que seria a do gol. Antes disso, apenas um comentário:
Bruno Guimarães (21) já é desde 2018 um dos melhores meio-campistas do futebol brasileiro. Merecia portanto, o que lhe aconteceu ontem, devido às mostras da sua grandeza para o futebol do Athletico e também no Brasil.

O meio-campista que na verdade atua por todo o terreno de jogo e por isso é chamado de todo-campista, marcou o gol da partida aos 12′ da segunda etapa.
Voltando a Nikão, o camisa 11 recebeu pela esquerda e achou Marco Rúben fora da área, o argentino tentou um primeiro passe sem sucesso devido à antecipação de Rodrigo Moledo para evitar que o camisa 39 recebesse a bola, porém, a mesma retornou aos pés de Rúben para que ele tentasse novamente seu talentoso companheiro que, após receber a bola, teve o trabalho de bater com a parte de fora do pé e acertar um bonito gol que estouraria a torcida do Furacão e levaria abaixo à Arena.
Aos 25′ o Inter viu um pênalti pedido não ser marcado, após queda de Wellington Silva na área adversária, e por pouco, 2 minutos mais tarde não sofreria o segundo gol do jogo. Em um chutaço de Rony que viu a bola ser rebatida pela mão direita de Marcelo Lomba.
Wellington, dessa vez o capitão rubro-negro, evitou aquele que certamente seria o empate Colorado. Com a facilidade de alguém tira o doce de uma criança, o camisa 5 precisou de um pequeno desvio para tirar a bola dos pés de Rodrigo Lindoso posicionado debaixo das traves atleticanas e em movimento de remate para afundar as redes.
No último lance de perigo do jogo, após confusão na entrada da área de Santos, a bola sobrou para D’Alessandro rematar de direita, perna essa que não lhe confere tanta força e qualidade no chute, com o arqueiro do Athletico totalmente fora do gol tendo que se esticar como um gato para segurar firme a bola e por fim ao ataque do Internacional.
Estatísticas da Partida:
- Posse de bola: 63% x 37%
- Finalizações (no alvo): 9 (2) x (3) 11
- Grandes chances: 1 x 0
- Contra-ataques: 0 x 1
- Defesas do goleiro: 3 x 1
- Passes (certos): 537 (459) x (240) 319
- Desarmes (certos): 21 (15) x (8) 15
Apesar da vasta posse de bola e pressão, o Internacional teve chances claras de gol e oportunidades de igualar o placar, como não fizeram, resta ao clube gaúcho uma recuperação em seu campo para, mais uma vez, fazer valer o seu estádio, torcida e pressão.
Comente aqui se você acredita que o título permanecerá com o Athletico – devido ao placar feito – ou se o Inter terá qualidade o suficiente para superar o adversário no Beira-Rio.
*Foto por Athletico-PR / Reprodução.